Sono e Sonolência n'Os Lusíadas de Camões: Uma Exploração Neurobiológica no 500.º Aniversário

Autores

  • António Martins da Silva Unidade Local de Saúde de Santo António – Porto, Portugal; ICBAS (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto), Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0003-1364-5724
  • Marleide de Mota Gomes Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental, Instituto de Psiquiatria, Instituto de Neurologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil https://orcid.org/0000-0001-8889-2573

DOI:

https://doi.org/10.46531/sinapse/AP/177/2025

Palavras-chave:

História do Século XVI, Literatura, Neurociências, Perturbações do Sono

Resumo

No quinto centenário do nascimento de Luís de Camões, este artigo propõe uma releitura d'Os Lusíadas através da análise das representações do sono e da sonolência à luz da neurociência contemporânea. Ao examinar treze passagens distribuídas pelo poema épico, investiga-se como Camões articula estas imagens não apenas como elementos narrativos, mas como dispositivos simbólicos e cognitivos. Através da convergência entre literatura renascentista e ciência moderna, este estudo revela como a experiência humana do repouso, do despertar e da inércia física e moral é poeticamente figurada com surpreendente precisão neurobiológica. Ao associar excertos específicos a fenómenos como o ciclo sono-vigília, a regulação circadiana, a consolidação da memória e a atividade onírica, revela-se um Camões atento à complexidade da condição humana, cuja obra antecipa, através da linguagem poética, dimensões que são hoje objeto da neurociência do sono.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821117/CA. A Vida de Camões. “3 a Vida de Camões.” n.d. Acedido a 6 de Junho, 2025. [https://www.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0821117_2011_cap.3.pdf](https://www.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0821117_2011_cap.3.pdf).

Camões L. Os Lusíadas. Edição 1572. Lisboa. Fac-símile na Universidade Coimbra.

Shapiro CM, Boquiren F, Boquiren V, Sherman D. Sleep in art and literature. Atlas of clinical sleep medicine. 2009; 1-10.

Camões L. Os Lusíadas. Edição didáctica de Emanuel Paulo Ramos, Porto. Porto Editora, 1972.

Camões L. Os Lusíadas. Edição de 1972 Fac-similada da Edição de Manuel Faria e Sousa, 1636.

Camões L. Os Lusíadas, leitura, prefácio y notas de AJ da Costa Pimpão, apresentação de A. Pinto de Castro, Lisboa, Instituto Camões-Ministério dos Negócios Estrangeiros, 2000.

Baranwal N, Yu PK, Siegel NS. Sleep physiology, pathophysiology, and sleep hygiene. Prog Cardiovasc Dis. 2023 Mar-Apr; 77:59-69.

Xie L, Kang H, Xu Q, Chen MJ, Liao Y, Thiyagarajan M, et al. Sleep drives metabolite clearance from the adult brain. Science. 2013; 342(6156):373-7.

Underwood E. Neuroscience. Sleep: the brain's housekeeper? Science. 2013; 342(6156):301.

Eugene AR, Masiak J. The Neuroprotective Aspects of Sleep. MEDtube Sci. 2015;3(1):35-40.

Jessen NA, Munk AS, Lundgaard I, Nedergaard M. The Glymphatic System: A Beginner's Guide. Neurochem Res. 2015; 40(12):2583-99.

Raichle ME. The brain's default mode network. Annu Rev Neurosci. 2015; 38:433-47.

Moyne M, Legendre G, Arnal L, Kumar S, Sterpenich V, Seeck M, et al. Brain reactivity to emotion persists in NREM sleep and is associated with individual dream recall. Cereb Cortex Commun. 2022;3(1):tgac003.

Veiga E. “Os Lusíadas”: a obra que “fundou” a língua portuguesa há 450 anos. BBC News Brasil. [https://www.bbc.com/](https://www.bbc.com/).

Downloads

Publicado

2025-08-19

Como Citar

1.
Martins da Silva A, de Mota Gomes M. Sono e Sonolência n’Os Lusíadas de Camões: Uma Exploração Neurobiológica no 500.º Aniversário. Sinapse [Internet]. 19 de Agosto de 2025 [citado 21 de Agosto de 2025];25:5-14. Disponível em: https://sinapse.pt/index.php/journal/article/view/177

Edição

Secção

Perspetiva

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)