Epilepsia Gelástica como Apresentação de um Hamartoma Hipotalâmico: Quando Passa Despercebido

Autores

  • Mariana Oliveira Pereira Department of Paediatrics, Hospital de Braga, Braga, Portugal https://orcid.org/0000-0001-9375-1425
  • Catarina Barros Azevedo Department of Paediatrics, Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães, Portugal
  • Jacinta Fonseca Neuropediatrics Unit, Department of Paediatrics, Centro Hospitalar Universitário São João, Porto, Portugal; Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal
  • Cláudia Melo Neuropediatrics Unit, Department of Paediatrics, Centro Hospitalar Universitário São João, Porto, Portugal; Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal
  • Carla Meireles Department of Paediatrics, Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães, Portugal
  • Catarina Magalhães Department of Paediatrics, Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.46531/sinapse/CC/82/2024

Palavras-chave:

Doenças Hipotalâmicas, Epilepsias Parciais, Hamartoma

Resumo

Criança de 5 anos, sexo masculino, apresentou-se com episódios de retroversão ocular com 4 semanas de evolução. O eletroencefalograma (EEG) revelou atividade epileptiforme frontal bilateral frequente e foi identificada na tomografia computorizada cerebral uma formação nodular no hipotálamo, posteriormente caracterizada por ressonância como um hamartoma do tuber cinereum. Posteriormente, relatados episódios de riso descontextualizado desde o primeiro ano de vida, consistentes com crises gelásticas. No seguimento, notado aumento de volume testicular, pelo que fez prova de estimulação de GnRH que confirmou o diagnóstico de puberdade precoce central. O tratamento foi iniciado com fármacos anti-crises epiléticas e análogos de gonadotropin-releasing hormone (GnRH). Posteriormente, realizada a ressecção cirúrgica do hamartoma, com consequente resolução das crises e melhoria do comportamento. Os hamartomas hipotalâmicos podem-se manifestar como puberdade precoce ou crises gelásticas. O diagnóstico é desafiador e muitas vezes os sintomas passam despercebidos durante anos, pelo que é necessário manter um seguimento multidisciplinar a longo prazo destes doentes.

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Referências

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Publicado

2025-01-16

Como Citar

1.
Oliveira Pereira M, Barros Azevedo C, Fonseca J, Melo C, Meireles C, Magalhães C. Epilepsia Gelástica como Apresentação de um Hamartoma Hipotalâmico: Quando Passa Despercebido. Sinapse [Internet]. 16 de Janeiro de 2025 [citado 21 de Janeiro de 2025];24(4):153-6. Disponível em: https://sinapse.pt/index.php/journal/article/view/82

Edição

Secção

Casos Clínicos