Estimulação Cerebral Profunda Híbrida na Doença de Parkinson e Distonia Melhora Efeitos Laterais, Mantendo o Benefício
DOI:
https://doi.org/10.46531/sinapse/AO/220075/2023Palavras-chave:
Distonia/tratamento, Doença de Parkinson/ tratamento, Estimulação Cerebral ProfundaResumo
Introdução: O tratamento de doenças do movimento com estimulação cerebral profunda (DBS) nem sempre alcança um controlo sintomático ótimo. Os problemas mais comuns incluem posicionamento dos elétrodos ou estimulação do alvo sub-ótimos e efeitos laterais incomodativos que limitam a janela terapêutica. Geradores de pulso implantados (IPG) recentemente aprovados permitem intervalos de pulso inferiores a 60 μs, aumentando a janela terapêutica, e direcionamento da corrente através de multiple source current steering. Estes novos IPG de corrente constante (CC-IPG), para além destas características, têm baterias recarregáveis e com duração mais longa. Este trabalho procurar demonstrar a viabilidade, segurança e eficácia de substituir um IPG não-recarregável de voltagem constante (CV-IPG), em fim de vida da bateria, por um CC-IPG, com mais opções de alteração da duração do pulso e direcionamento de corrente.Métodos: Foi efetuada uma revisão retrospetiva dos processos clínicos dos doentes tratados com DBS que tiveram o seu CV-IPG substituído por um CC-IPG, documentando a razão para a preferência, parâmetros de estimulação, benefício clínico pré e pós-substituição e efeitos laterais.
Resultados: Seis doentes que cumpriam os critérios foram identificados, quatro com doença de Parkinson (PD) e dois com distonia. As razões para a preferência foram: efeitos laterais da estimulação (2), benefício sub-ótimo (1), duração da bateria mais longa (3). Efeitos laterais melhoraram usando um pulso de 30 μs em dois doentes. Direcionamento da corrente permitiu o encurtamento dos períodos em OFF de um doente com PD. Um doente com distonia teve diminuição inicial do benefício clínico, mas recuperou após correção da amplitude de acordo com a impedância. Os outros dois doentes permaneceram estáveis pós-substituição.
Conclusão: A substituição de um CV-IPG por um CC-IPG mostrou-se viável e segura, com benefício clínico não inferior, dando estratégias adicionais de diminuição do pulso e direcionamento de corrente para resolver resultados sub-ótimos do tratamento com DBS.
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