Consenso Português para a Avaliação da Resposta Terapêutica da Esclerose Múltipla: Painel Delphi

Autores

  • Sónia Batista Serviço de Neurologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal https://orcid.org/0000-0002-6081-6955
  • Carlos Capela Serviço de Neurologia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa, Portugal
  • Filipe Correia Serviço de Neurologia, Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Porto, Portugal
  • João Ferreira Serviço de Neurologia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, Lisboa, Portugal
  • Joana Guimarães Serviço de Neurologia, Centro Hospitalar e Universitário de São João, Porto, Portugal
  • Ernestina Santos Serviço de Neurologia, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Porto, Portugal
  • Maria José Sá Serviço de Neurologia, Centro Hospitalar e Universitário de São João, Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.46531/sinapse/GU/84/2025

Palavras-chave:

Esclerose Múltipla/tratamento, Esclerose Múltipla/tratamento farmacológico, Factores Imunológicos/uso terapêutico

Resumo

Introdução: O tratamento da esclerose múltipla registou progressos significativos devido ao desenvolvimento de novas terapias. Assim, a capacidade de avaliar a resposta dos doentes ao tratamento é essencial para otimizar as decisões terapêuticas. Este estudo tem como objetivo estabelecer um consenso nacional sobre a avaliação e monitorização da resposta ao tratamento da esclerose múltipla com terapêuticas modificadoras da doença.
Metodologia: Foi utilizada a metodologia Delphi e foram efetuadas duas rondas de votação. As afirmações que não obtiveram consenso (<80%) na primeira ronda foram submetidas a uma nova avaliação pelo painel de especialistas.
Resultados: Trinta e oito neurologistas participaram na primeira ronda e 33 participaram na segunda ronda (86,8% de taxa de resposta). No total, 38 afirmações (71,7%) obtiveram consenso. De uma forma geral, foram objeto de consenso as afirmações relacionadas com a avaliação e monitorização da resposta ao tratamento. As afirmações para as quais não se obteve consenso referem-se aos critérios de avaliação da resposta menos estabelecidos, como a avaliação por tomografia de coerência ótica. Adicionalmente, também não se obteve consenso para as afirmações em que a avaliação obtida dificulta a definição de resposta subótima ao tratamento e para tempos de monitorização mais curtos ou mais longos.
Conclusão: Este trabalho realça a importância da avaliação da resposta aos tratamentos modificadores da doença em doentes com esclerose múltipla e apresenta um conjunto de critérios para essa mesma avaliação, estabelecidos por um painel alargado de peritos portugueses. Uma análise mais abrangente, que inclua diferentes parâmetros, foi consensualmente aceite como a melhor estratégia de avaliação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Filippi M, Bar-Or A, Piehl F, Preziosa P, Solari A, Vukusic S, et al. Multiple sclerosis. Nat Rev Dis Primers. 2018;4:43. doi: 10.1038/s41572-018-0041-4

Walton C, King R, Rechtman L, Kaye W, Leray E, Marrie RA, et al. Rising prevalence of multiple sclerosis worldwide: Insights from the Atlas of MS, third edition. Mult Scler. 2020;26:1816-21. doi: 10.1177/1352458520970841

Gasperini C, Prosperini L, Tintoré M, Sormani MP, Filippi M, Rio J, et al. Unraveling treatment response in multiple sclerosis: A clinical and MRI challenge. Neurology. 2019;92:180-92. doi: 10.1212/WNL.0000000000006810

Brieva L, Estruch BC, Merino JA, Meca-Lallana V, Río J, Rodríguez-Antigüedad A, et al. Disease modifying therapy switching in relapsing multiple sclerosis: A Delphi consensus of the demyelinating expert group of the Spanish society of neurology. Mult Scler Relat Disord. 2022;63:10380. doi: 10.1016/j.msard.2022.103805

Amato MP, Fonderico M, Portaccio E, Pastò L, Razzolini L, Prestipino E, et al. Disease-modifying drugs can reduce disability progression in relapsing multiple sclerosis. Brain. 2020;143:3013-24. doi: 10.1093/brain/awaa251

Harding K, Williams O, Willis M, Hrastelj J, Rimmer A, Joseph F, et al. Clinical Outcomes of Escalation vs Early Intensive Disease-Modifying Therapy in Patients With Multiple Sclerosis. JAMA Neurol. 2010;76:536-41. doi: 10.1001/jamaneurol.2018.4905

Mirabella M, Annovazzi P, Brownlee W, Cohen JA, Kleinschnitz C, Wolf C. Treatment Challenges in Multiple Sclerosis - A Continued Role for Glatiramer Acetate? Front Neurol. 2022;13:844873. doi: 10.3389/fneur.2022.844873

Kalincik T, Diouf I, Sharmin S, Malpas C, Spelman T, Horakova D, et al. Effect of Disease-Modifying Therapy on Disability in Relapsing-Remitting Multiple Sclerosis Over 15 Years. Neurology. 2021;96:e783-97. doi: 10.1212/WNL.0000000000011242

Ziemssen T, Derfuss T, de Stefano N, Giovannoni G, Palavra F, Tomic D, et al. Optimizing treatment success in multiple sclerosis. J Neurol. 2016;263:1053-65. doi: 10.1007/s00415-015-7986-y

Klotz L, Havla J, Schwab N, Hohlfeld R, Barnett M, Reddel S, et al. Risks and risk management in modern multiple sclerosis immunotherapeutic treatment. Ther Adv Neurol Disord. 2019;12:1756286419836571. doi: 10.1177/1756286419836571

Rodrigues R, Rocha R, Bonifácio G, Ferro D, Sabença F, Gonçalves AI, et al. Therapeutic inertia in relapsing-remitting multiple sclerosis. Mult Scler Relat Disord. 2021;55:103176. doi: 10.1016/j.msard.2021.103176

Jones J, Hunter D. Consensus methods for medical and health services research. BMJ. 1995;311:376-80. doi: 10.1136/bmj.311.7001.376

Rio J, Peña J, Ruiz LB, Oreja-Guevara C, Costa-Frossard L, Rodriguez-Antigüedad A, et al. Assessment and Follow-up of the Response to Disease Modifying Treatments in Multiple Sclerosis: Spanish Expert Consensus (1786). Neurology. 2020;94:1786

Calabresi PA, Kappos L, Giovannoni G, Plavina T, Koulinska I, Edwards MR, et al. Measuring treatment response to advance precision medicine for multiple sclerosis. Ann Clin Transl Neurol. 2021;8:2166-73. doi: 10.1002/acn3.51471

Lu G, Beadnall HN, Barton J, Hardy TA, Wang C, Barnett MH. The evolution of “No Evidence of Disease Activity” in multiple sclerosis. Mult Scler Relat Disord. 2018;20:231-8. doi: 10.1016/j.msard.2017.12.016

Sá MJ, de Sá J, Sousa L. Relapsing-remitting multiple sclerosis: patterns of response to disease-modifying therapies and associated factors: a national survey. Neurol Ther. 2014;3:89-99. doi: 10.1007/s40120-014-0019-4

Damasceno A, Damasceno BP, Cendes F. No evidence of disease activity in multiple sclerosis: Implications on cognition and brain atrophy. Mult Scler. 2016;22:64-72. doi: 10.1177/1352458515604383

Harel A, Sperling D, Petracca M, Ntranos A, Katz-Sand I, Krieger S, et al. Brain microstructural injury occurs in patients with RRMS despite ‘no evidence of disease activity’. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2018;89:977-82. doi: 10.1136/jnnp-2017-317606

Bevan CJ, Cree BA. Disease activity free status: a new end point for a new era in multiple sclerosis clinical research? JAMA Neurol. 2014;71:269-70. doi: 10.1001/jamaneurol.2013.5486

Zivadinov R, Havrdová E, Bergsland N, Tyblova M, Hagemeier J, Seidl Z, et al. Thalamic atrophy is associated with development of clinically definite multiple sclerosis. Radiology. 2013;268:831-41. doi: 10.1148/radiol.13122424

Slezáková D, Kadlic P, Jezberová M, Boleková V, Valkovic P, Minar M. Brain volume loss in multiple sclerosis is independent of disease activity and might be prevented by early disease-modifying therapy. Neurol Neurochir Pol. 2023;57:282-8. doi: 10.5603/PJNNS.a2023.0031

Chylinska M, Komendzinski J, Wyszomirski A, Karaszewski B. Brain Atrophy as an Outcome of Disease-Modifying Therapy for Remitting-Relapsing Multiple Sclerosis. Mult Scler Int. 2023;2023:4130557. doi: 10.1155/2023/4130557

Andravizou A, Dardiotis E, Artemiadis A, Sokratous M, Siokas V, Tsouris Z, et al. Brain atrophy in multiple sclerosis: mechanisms, clinical relevance and treatment options. Auto Immun Highlights. 2019;10:7. doi: 10.1186/s13317-019-0117-5

Zivadinov R, Jakimovski D, Gandhi S, Ahmed R, Dwyer MG, Horakova D, et al. Clinical relevance of brain atrophy assessment in multiple sclerosis. Implications for its use in a clinical routine. Expert Rev Neurother. 2016;16:777-93. doi: 10.1080/14737175.2016.1181543

Rocca MA, Battaglini M, Benedict RH, De Stefano N, Geurts JJ, Henry RG, et al. Brain MRI atrophy quantification in MS: From methods to clinical application. Neurology. 2017;88:403-13. doi: 10.1212/WNL.0000000000003542

Wang C, Ruiz A, Mao-Draayer Y. Assessment and Treatment Strategies for a Multiple Sclerosis Relapse. J Immunol Clin Res. 2018;5:1032

Freedman MS, Devonshire V, Duquette P, Giacomini PS, Giuliani F, Levin MC, et al. Treatment Optimization in Multiple Sclerosis: Canadian MS Working Group Recommendations. Can J Neurol Sci. 2020;47:437-55. doi: 10.1017/cjn.2020.66

Frederiksen J, Gasperini C, Hacohen Y, Kappos L, Li DK, Mankad K, et al. 2021 MAGNIMS-CMSC-NAIMS consensus recommendations on the use of MRI in patients with multiple sclerosis. Lancet Neurol. 2021;20:653-70. doi: 10.1016/S1474-4422(21)00095-8

Rae-Grant A, Day GS, Marrie RA, Rabinstein A, Cree BC, Gronseth GS, et al. Practice guideline recommendations summary: Disease-modifying therapies for adults with multiple sclerosis: Report of the Guideline Development, Dissemination, and Implementation Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2018;90:777-88. doi: 10.1212/WNL.0000000000005347

Direção Geral da Saúde. Terapêutica Modificadora da Esclerose Múltipla na Idade Pediátrica e no Adulto: Norma nº 005/2012 atualizada a 31/07/2015 [acedido Jan 2024] Disponível em: https://normas.dgs.min-saude.pt/2012/12/04/terapeutica-modificadora-da-esclerose-multipla-na-idade-pediatrica-e-no-adulto/

University of California, San Francisco MS-EPIC Team; Cree BC, Hollenbach JA, Bove R, Kirkish G, Sacco S, et al. Silent progression in disease activity-free relapsing multiple sclerosis. Ann Neurol. 2019;85:653-66. doi: 10.1002/ana.25463

Tomassini V, Sinclair A, Sawlani V, Overell J, Pearson OR, Hall J, et al. Diagnosis and management of multiple sclerosis: MRI in clinical practice. J Neurol. 2020;267:2917-25. doi: 10.1007/s00415-020-09930-0

Downloads

Publicado

2025-03-07

Como Citar

1.
Batista S, Capela C, Correia F, Ferreira J, Guimarães J, Santos E, et al. Consenso Português para a Avaliação da Resposta Terapêutica da Esclerose Múltipla: Painel Delphi. Sinapse [Internet]. 7 de Março de 2025 [citado 9 de Março de 2025];. Disponível em: https://sinapse.pt/index.php/journal/article/view/84

Edição

Secção

Guidelines