Serviços de Saúde em Cefaleias em Portugal – 2022: Resultado de Inquérito pela Sociedade Portuguesa de Cefaleias
DOI:
https://doi.org/10.46531/sinapse/AO/230017/2023Palavras-chave:
Cefaleia, Prestação de Cuidados de SaúdeResumo
Introdução: Com o objectivo de otimizar os cuidados médicos prestados aos doentes com cefaleias em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Cefaleias (SPC) transpôs para a realidade portuguesa as recomendações europeias para organização dos serviços de saúde neste contexto. Nesse documento são calculadas as necessidades de recursos, em termos de serviços de saúde, para garantir um apoio efetivo e de qualidade a estes doentes quer a nível de cuidados de saúde primários, quer de cuidados diferenciados, estes atribuídos à especialidade de neurologia. Neste sentido, considerou-se necessário efetuar um levantamento relativo à oferta de serviços de saúde diferenciados em cefaleias existente em Portugal e à sua perspetiva de evolução, nos próximos anos, de forma a perceber se corresponde às necessidades estimadas.Métodos: Foi disponibilizado um inquérito online aos sócios da SPC e da Sociedade Portuguesa de Neurologia que caracteriza a oferta de serviços de saúde diferenciados em cefaleias.
Resultados: Foram obtidas respostas de 52 médicos, pertencentes a 40 instituições, 24(59%) do sistema nacional de saúde, cobrindo adequadamente o território nacional exceto nas regiões do Alentejo e Algarve. A maioria dos centros tem consulta de cefaleias, 88% com médicos dedicados e 91% dispondo de técnicas avançadas de tratamento (bloqueios, toxina e anticorpos monoclonais). Na maioria destes centros há 1 ou 2 médicos atribuídos a esta função, oferecendo em média 169 consultas por dia útil – cada instituição oferece, em média, 20 consultas por semana. O tempo de espera para a consulta é superior a 3 meses em 65% dos centros do SNS, mas as consultas e tratamentos tem a duração e dispõem de recursos técnicos adequados. A maioria dos centros tem expectativa de aumentar a oferta nos próximos 2 anos.
Conclusão: Muito embora com limitações condicionadas pelo método, podemos afirmar que existem um número de centros adequado para apoio diferenciado aos doentes com cefaleias em Portugal, no entanto com uma oferta inferior à necessária (cerca de 13%), condicionada sobretudo por escassez de tempo médico atribuído a esta função.
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Referências
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