Serviços de Saúde em Cefaleias em Portugal – 2022: Resultado de Inquérito pela Sociedade Portuguesa de Cefaleias

Autores

  • Raquel Gil-Gouveia Centro de Cefaleias, Serviço de Neurologia do Hospital da Luz, Lisboa, Portugal; Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS), Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Portugal
  • Renato Oliveira Centro de Cefaleias, Serviço de Neurologia do Hospital da Luz, Lisboa, Portugal
  • Henrique Delgado Centro de Cefaleias, Serviço de Neurologia do Hospital da Luz, Lisboa, Portugal; Hospital das Forças Armadas, pólo de Lisboa, Lisboa, Portugal
  • Filipe Palavra Centro de Desenvolvimento da Criança – Neuropediatria, Hospital Pediátrico, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal; Laboratório de Farmacologia e Terapêutica Experimental; Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal; Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR) , Coimbra, Portugal; Centro Clínico Académico de Coimbra (CCAC), Coimbra, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.46531/sinapse/AO/230017/2023

Palavras-chave:

Cefaleia, Prestação de Cuidados de Saúde

Resumo

Introdução: Com o objectivo de otimizar os cuidados médicos prestados aos doentes com cefaleias em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Cefaleias (SPC) transpôs para a realidade portuguesa as recomendações europeias para organização dos serviços de saúde neste contexto. Nesse documento são calculadas as necessidades de recursos, em termos de serviços de saúde, para garantir um apoio efetivo e de qualidade a estes doentes quer a nível de cuidados de saúde primários, quer de cuidados diferenciados, estes atribuídos à especialidade de neurologia. Neste sentido, considerou-se necessário efetuar um levantamento relativo à oferta de serviços de saúde diferenciados em cefaleias existente em Portugal e à sua perspetiva de evolução, nos próximos anos, de forma a perceber se corresponde às necessidades estimadas.
Métodos: Foi disponibilizado um inquérito online aos sócios da SPC e da Sociedade Portuguesa de Neurologia que caracteriza a oferta de serviços de saúde diferenciados em cefaleias.
Resultados: Foram obtidas respostas de 52 médicos, pertencentes a 40 instituições, 24(59%) do sistema nacional de saúde, cobrindo adequadamente o território nacional exceto nas regiões do Alentejo e Algarve. A maioria dos centros tem consulta de cefaleias, 88% com médicos dedicados e 91% dispondo de técnicas avançadas de tratamento (bloqueios, toxina e anticorpos monoclonais). Na maioria destes centros há 1 ou 2 médicos atribuídos a esta função, oferecendo em média 169 consultas por dia útil – cada instituição oferece, em média, 20 consultas por semana. O tempo de espera para a consulta é superior a 3 meses em 65% dos centros do SNS, mas as consultas e tratamentos tem a duração e dispõem de recursos técnicos adequados. A maioria dos centros tem expectativa de aumentar a oferta nos próximos 2 anos.
Conclusão: Muito embora com limitações condicionadas pelo método, podemos afirmar que existem um número de centros adequado para apoio diferenciado aos doentes com cefaleias em Portugal, no entanto com uma oferta inferior à necessária (cerca de 13%), condicionada sobretudo por escassez de tempo médico atribuído a esta função.

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Referências

Sl1. Gil-Gouveia R, Pereira L, Machado S, Parreira E. Organização de Serviços de Apoio Clínico para Doentes com Cefaleias em Portugal. Sinapse. 2021;21:112-20. doi:10.46531/sinapse/gu/200034/2021

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Publicado

2023-05-19

Como Citar

1.
Gil-Gouveia R, Oliveira R, Delgado H, Palavra F. Serviços de Saúde em Cefaleias em Portugal – 2022: Resultado de Inquérito pela Sociedade Portuguesa de Cefaleias. Sinapse [Internet]. 19 de Maio de 2023 [citado 16 de Maio de 2024];23(1):6-14. Disponível em: https://sinapse.pt/index.php/journal/article/view/28

Edição

Secção

Artigos Originais

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